Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens (Coríntios 1:25)
Li ontem que os manifestantes do movimento
Ocupem Wall Street seriam hoje despejados do Zucotti Park, anteriormente designado Liberty Plaza Park, agora rebaptizado Freedom Park, com o objectivo de limpar a praça para defesa da salubridade e segurança públicos. Acabo de saber que os proprietários da praça cancelaram a sua limpeza. Quarenta minutos antes da hora marcada para o ínicio do despejo a administração municipal anunciou publicamente a decisão da Brookfield Properties, o grupo imobiliário proprietário da praça Zucotti.
Em 2000 um ilustre professor de Planeamento Urbano e Design da Harvard Kennedy School, Jerold Kayden publicou um livro com o título
Espaço Público de Posse Privada. O título, que Kayden assume como parodoxal, abriga um conceito que se quer provocador e estimulante que "faz parte de uma tendência de através de parcerias público-privadas responder às preocupações urbanas" (do prefácio). Uma tendência que Kayden faz remontar aos anos 60 do século passado. De facto em 1961 a ideia modernista (Le Corbusier) de "incentive zoning" é assumida pelo departamento da Planeamento de Nova Iorque através de uma resolução em que eram atribuidos ao promotores imobiliários que incluissem praças nos seus projectos bonus de construção de pisos adicionais, em torres de escritórios e apartamentos.
Zucotti Park é um dos 520 parques, praças ou passagens que resultam duma política de mais de meio século. John Zucotti (72) em honra do qual foi designada a praça depois reconstrução de 2006, na sequência do 11 de Setembro de 2001, é co-presidente do conselho de administração da Brookefield Properties e foi Presidente da Comissão de Planeamento de Nova Iorque entre 1973 e 75. A esta hora, confirmo pelo twitter de Adam Gabatt, os manifestantes continuam a ocupar a Zucotti Park: a Praça da Liberdade. No centro da praça está uma estrutura de aço vermelho de 21 metros de altura, chama-se: Joie de vivre.