Costa Brava, fronteira catalã com a França, meio-dia solar.
Em 1940 um refugiado judeu alemão chega a Port-Bou. Confiando no seu salvo-conduto apresenta-se às autoridades espanholas. Destino: Lisboa e daí para os Estados Unidos da América. A polícia avisa-o que o documento perdeu validade mas dado o seu estado de saúde é lhe permitido que pernoite na cidade. No dia seguinte, o sujeito é encontrado morto no Hotel de Francia, hoje Casa Alejandro. Causa: ataque cardíaco devido a uma overdose de morfina. Nome: Walter Benjamin.
Escondida por trás da sepultura de Benjamin no cemitério de Port-Bou - para Hannah Arendt "um dos lugares mais belos que vi em toda a minha vida" - uma placa em plástico desbotado pelo tempo: nada, nem ninguém, esqueceremos. Assinado:Brigadas Internacionalistas Alemãs. Segue uma lista de cidades alemãs com nomes ilegíveis.
We live in our time and we carry our memories with us. It is in our time that they listened to Bach, to Mozart and to Beethoven; read Goethe and Schiller; enjoyed Dürer, Leonardo and MichaelAngelo. Then, they closed the doors and turned the gas on. (...)
I cannot afford to be pessimistic.
My dream is Peace and Tolerance and I hope that those who have similar dreams will wake when a new dawn will rise and our dream will become reality. I know it will not come by itself. I know that we will have to fight for it.
Dani Karavan
L'Artiste et la Société Congrés mondial sur la condition de l'artiste
16 Juin 1997
Dani Karavan é o autor de Passatges o monumento dedicado a Walter Benjamin em Port-Bou. Passagens é também o nome da magnum opus de Benjamin: Paris Capitale du XIXe Siécle - Le Livre des Passages. Uma obra inacabada.
Um comentário:
Tenho grande admiração por Walter Benjamin. Não conhecia o "Passatges" e o achei emocionante.
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