Quando chegámos à Quinta da Serra – um bairro de barracas no Prior Velho habitado sobretudo por Cabo-Verdianos e Guineenses- tratava-se antes do mais de fazer o reconhecimento do território: Das condições concretas em que viviam pessoas concretas. Esse reconhecimento seria a base para estabelecer a oferta do projecto e essa oferta seria o instrumento da capacitação das pessoas e portanto da promoção da inclusão social.
Com o passar do tempo fomos constatando que esse programa continha uma grave omissão: Nós. Ou seja a necessidade da equipa efectuar, na acção, um processo de auto-conhecimento obstinadamente rigoroso. Ou seja, assumindo aquilo que cada um dos seus membros e a equipa como um todo, efectivamente é e não aquilo que gostariamos que fosse. A acção tem-nos fornecido um surpreendente mapa de nós próprios.
Esse processo de auto-conhecimento, forjado na acção é, creio, o ponto de partida do primeiro tempo de capacitação da equipa. Nesse processo dá-se uma espécie de homeostase entre o interior (nós) e o exterior (o território). Nessa homeostase aprendemos que defeitos e virtudes essenciais são categorias plásticas e que o exercicio de tomada de decisões é centrado na procura de contextos virtuosos. Dito doutra forma, um mesmo traço de caracter pode ser defeito ou virtude em função do contexto e o contexto é uma emanação da base moral e como tal, duma procura interior “cá fora”.
Este é o ponto de partida, de chegada e de novo de partida e de novo de chegada em muitos ciclos em que procuramos reconhecer uma tendência ascendente.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
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