No À Bolina apesar da juventude do projecto passamos por momentos de grande desolação quando no dia 6 de Março de 2007 nos foram roubados todos os computadores do CID-NET. Mas em 11 de Março na reunião da população deu-se um salto qualitativo na nossa relação com comunidade. Deixámos de poder dar o que tinhamos prometido. O projecto ficou mais pobre. E a pergunta que fizemos foi se nos queriam, assim pobres? A resposta, emocionada, desassombrada e avassaladora foi: Sim! A nossa relação constitutiva com a comunidade começa aí. Deixámos de “estar para” para “estar com”.
Em muitas opções “estar com” exige uma progressiva identificação com a comunidade. A língua, a cultura, a maneira de viver, a pobreza. Não questionamos essas opções. Mas gostariamos de valorizar a via da diversidade. A das relações constitutivas entre pessoas diferentes. Perde-se, talvez, em eficácia , ganha-se em fertilidade. As pessoas do projecto introduzem diversidade no eco-sistema económico e sócio-cultural do bairro. A diversidade assente em relações não-instrumentais e constitutivas gera fertilidade e capacitação. A mudança de estado dá-se quando os meninos e meninas do bairro deixam de ver as “brancas” para ver a Catarrina ou a Anja e a seguir lhes escrevem cartas de amor e lhes trazem flores.
Queremos estar conscientes que vamos ter muitos mais momentos de desolação na nossa acção. Se soubermos descer juntos, reforçando relações, sem medo de bater no fundo vai ser fácil subir para a luz.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
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